Moradora no bairro Vargem Grande, zona rural de Teresópolis, Yone Barreto, irmã do editor geral, descreve a situação no domingo 16/01/11. Na tarde de domingo ainda chovia muito.
“É uma situação de calamidade, tudo que vocês podem ver na televisão, multipliquem por quatro. É muito difícil, a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros ainda não tem acesso a determinados bairros devido à dificuldade de se chegar devido ao volume de lama e de pedras que desceu.” Disse.
Ela informa que no bairro onde mora não aconteceu muitas perdas porque os morros são de rocha e as pessoas também não podem construir nesses lugares por serem uma área de reserva ambiental. “Aqui desceu muita lama e a ponte na estrada se rompeu, mas em vista de toda a região não aconteceu quase nada.”
Sobre os mortos Yone informa que existe um tumulto grande. Que empresas cederam caminhões frigoríficos para manter os corpos a espera de reconhecimento, mas hoje (16/01) saiu um a decisão judicial que os mortos que chegarem não serão mais reconhecidos, vão ser cadastrados, terão seu DNA registrados e enterrados imediatamente.”
A moradora revelou que ainda há muito que se fazer em relação às vítimas e a tragédia. Existem bairros como Caleme, Bonsucesso, Espanhol, Vieira, que ainda se encontram isolados com muitas vítimas fatais para serem resgatadas. “Tem bairros que estão cobertos de lama e pedras. Quem conseguiu se aproximar desses lugares diz que existem corpos pelas ruas, pendurados em árvores, uma coisa horrível. A Defesa Civil e os Bombeiros estão encontrando muita dificuldade pra chegar até esses lugares. Crianças estão perambulando e chegando sozinhas em busca de ajuda.”
Existem também muitos animais mortos. Em ralação a isso Yone conta que muitos não tiveram chance de sobrevivência e outros estão sendo sacrificados devido aos traumas físicos sofridos. “Existe uma ONG com grupos de veterinários se organizando para poder ajudar a esses animais, tanto que estão pedindo rações e outros equipamentos para poder facilitar o salvamento desses animais também.”
Com relação a saques, ela conta que muitos são boatos, que a Polícia tem feito patrulhamentos. “Embora existam muitos boatos. Existem pessoas maldosas que gostam e que tem prazer de ver as pessoas em pânico. A polícia está controlando bem.”
“Tem espertalhões se aproveitando das necessidades e cobrando num pacote de velas o valor de R$15,00 e água potável por R$30,00 o galão, mas a polícia está prendendo essas pessoas que querem ganhar dinheiro à custa da desgraça dos outros.”
As pessoas estão necessitando de: água mineral, alimentos, colchonetes. Cobertores, fraldas descartáveis, material de higiene pessoal, absorventes, velas e fósforos.
“Nunca se viu na história da região uma tragédia com essas proporções. Vendo pela TV vocês não tem a dimensão da extensão do que estamos vivenciando. Agradecemos a solidariedade de todos.”
Ouça a entrevista na íntegra:
Donativos para as vítimas do Rio em alimentos (como produtos prontos para consumo imediato sem necessidade de preparação) artigos de higiene pessoal e água potável, podem ser entregues na Superintendência da Polícia Rodoviária Federal em Goiás, na Avenida 24 Outubro, Q P86, 1428, lt 17 , ou nos postos da PRF nas rodovias. Maiores Informações pelo tel.: 191.