Disse Jesus:"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei". (Mateus 11:28).

28/11/2011

O mundo protestante comemorou os 494 anos da Reforma

Traduzindo os anseios de boa parte dos fiéis e de clérigos católicos, o monge agostiniano Martinho Lutero, afixou as suas 95 teses na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, da qual era o pároco, na manhã do dia 31 de outubro de 1517. Copiadas, traduzidas e publicadas em forma de panfleto, aquelas teses rapidamente alcançaram povoados, cidades e reinos. Ganhava força, assim, os ideais da Reforma Protestante, que, justiça seja feita, são anteriores a Lutero. (* Por Orley José da Silva)

Esse movimento não tinha, a princípio, a intenção de dividir a Igreja Católica “do Ocidente”, mas propor mudanças que a levassem de volta às práticas doutrinárias do cristianismo primitivo. De acordo com os reformadores, um dos principais motivos para o distanciamento dessas práticas era a grande preeminência dada pela Igreja aos documentos da Tradição, mais mesmo do que ao texto bíblico. Esses registros, produto de decisões tomadas em assembleias conciliares e decretos papais, muitas vezes contradiziam as Escrituras.
Uma das primeiras atitudes dos reformadores foi a de desconsiderar o “caráter sagrado” da Tradição. Historicamente, os grupos de protestantes apresentaram importantes divergências internas, mas, com poucas exceções, sempre comungaram a mesma unidade de fé doutrinária ratificada pela Declaração de Cambridge em cinco pontos: 1) “Sola Scriptura”. Somente a Bíblia é inerrante e única fonte escrita de revelação divina; 2) “Solus Christus”. Somente Jesus pode salvar o homem dos seus pecados e redimir a sua alma (Atos 4:12), em função da sua morte substitutiva, ou seja, morrendo no lugar do homem; 3) “Sola Gratia”. Somente a graça infinita de Deus pode salvar, não podendo ao homem salvar-se a si mesmo por meio de sacrifícios ou de obras. (Efésios 2:8); 4) “Sola Fide”. Somente a fé na suficiência do sacrifício de Cristo justifica o homem diante de Deus. 5) “Soli Deo Gloria”. Somente Deus pode receber a honra, a glória e a adoração do homem.
Desde o início os reformadores preocupavam-se com a possibilidade de que o “movimento reformado” também viesse a incorrer no erro de substituir ou equiparar a autoridade bíblica pela autoridade de outros documentos; eleger outros mediadores e intercessores para atuarem entre Deus e os homens; criar indulgências e sacrifícios para substituírem a fé salvadora e dar aos outros a glória, a honra e adoração que somente pertencem a Deus.
Portanto, sempre enfatizaram que a Reforma não nasceu pronta e acabada, mas deve ser processual e permanente. Ao menor sinal de desvio da rota, em qualquer tempo e lugar, as ações de indignação e protesto que caracterizam o espírito desse movimento precisam emergir, fazendo a Igreja voltar à Palavra. Ecoa ainda hoje a célebre frase de advertência e recomendação proferida pelo holandês Gisbertus Voetius, por ocasião do Sínodo de Dort (1618-1619): “A Igreja é reformada e está sempre se reformando.”

(Foto e texto: Orley José da Silva, é professor universitário, mestrando em linguística/UFG e evangelista da Assembléia de Deus de Campinas)

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